terça-feira, 4 de agosto de 2009

Muleke na pele de um Muleke


Todo dia é assim. Parece que ele advinha que meu celular vai despertar. Em ponto, às 7h00, ele começa a uivar. Acordo e enquanto ele não houve um barulho, não pára de uivar. Desço pra tomar café e já abro a porta para receber a sua companhia. Ele não fala, mas dá aquela espreguiçada e tenho certeza que dá um "bom dia". Fica lá, sem parar de olhar um segundo no seu rosto.

Na hora de ir trabalhar, sempre se deita na porta olhando o carro ir embora. Nunca dá adeus, sempre te dá um volte logo. E assim que volto para o almoço, ouve o barulho do carro e se levanta. Sabe precisamente quem se aproxima! O rabo balança e o sorriso se estende. Sei que cachorro não ri, mas tenho certeza que o sentimento é de alegria. Desço e ele já corre pro fundo da casa, numa vontade extraordinária de brincar.

Aliás, brincar é coisa de "Muleke". Mal nasceu e já brincava. Foi sempre o maior dos quatro irmãos que teve. Quando peguei ainda era um "piquerrucho", mas se destacava pelo alto índice de cadeiras comidas, portas destruídas, tapetes "mijados" e por aí vai. Fez especialização em ter medo de rojões, trovões, bombas e relâmpagos. É formado em bater na porta da sala na hora da chuva. Isso ele faz com precisão e extremo barulho.

Bom, voltando ao dia a dia. A noite chega e com ele a vontade de pegar os morcegos que saem do telhado. Todos os dias com hora marcada. Mas até hoje, o caçador ainda não conseguiu essa façanha de abocanhar um.

A sua companhia é algo assustador. Sempre disposto a estar em todos os lugares que estamos. Quando estamos na sala, ele está ali. Se formos para a cozinha, para lá ele se desloca. Amigo inseparável! Só sai do nosso lado, a hora que subimos pra dormir. Mas sai com a certeza que no outro dia a mesma rotina irá se repetir, que às 7h00 ele vai acordar, para ir ao portão e começar a uivar. Para assim um novo dia começar.
Esse “Muleke” se chama Muleke! Meu cachorro. Escolhido a dedo! Um grande border collie que fez de uma família a sua família. Cães são assim. Amigos inseparáveis, seja na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, até que a morte o separe. E espero que seja sempre assim, pois às 7h00 pretendo acordar, abrir a porta e receber aquele quieto BOM DIA.
Gustavo Moré

Nenhum comentário:

Postar um comentário